Fique por dentro: Descobertas científicas recentes sobre o Cerrado

Car@ visitante,

    Você sabia que o bioma Cerrado possui uma grande riqueza de plantas, animais e fungos, microrganismos e elementos não vivos que são estudados pelos cientistas visando entender o funcionamento da natureza e também a sua utilização para o bem estar das pessoas? Os resultados dessas pesquisas são publicados em revistas científicas e muitas vezes permanecem desconhecidos da comunidade em geral. Aqui você poderá ter um pequeno aperitivo de algumas descobertas científicas recentes envolvendo o Cerrado e ainda o caminho para se aprofundar nesse conhecimento se desejar.   

Você sabia que...

    - O látex da mangabeira (Hancornia speciosa), uma árvore típica no Cerrado brasileiro, possui atividade angiogênica, ou seja, a capacidade em induzir a formação de vasos sanguíneos, o que sugere que ele possa ser utilizado, após mais estudos, na composição de medicamentos cicatrizantes?

    Saiba mais em: D’Abadia, P.L., Bailão, E.F.L.C., Lino-Junior, R.S., Oliveira, M.B., Silva, V.B., Oliveira L.A.R., Conceição, E.C., Melo-Reis, P.R., Borges, L.L., Gonçalves P.J. & Almeida, L.M. Hancornia speciosa serum fraction latex stimulates the angiogenesis and extracellular matrix remodeling processes. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 92, n. 2, 2020.


    - O Cerrado abriga uma rica diversidade de fungos poroides, conhecidos popularmente como orelha-de-pau? Esses fungos desempenham importantes papeis no meio ambiente, especialmente na ciclagem de nutrientes, destacando-se como os únicos agentes responsáveis pela decomposição completa da madeira?


    Saiba mais em: Leonardo-Silva, L., Silva, L.B. & Xavier-Santos, S. Poroid fungi (Agaricomycetes, Basidiomycota) from Floresta Nacional de Silvânia–a conservation unit of Brazilian Savanna. Microbial Biosystems, v. 5, n.1, 2020.


    - O impacto das queimadas no Cerrado afeta o desenvolvimento de flores e frutos do cajuzinho-do-cerrado (Anacardium humile) no ano em que houve a queima. Entretanto, no ano posterior, a queimada, o desenvolvimento de flores e frutos podem ser normalizados?

    Saiba mais em: Sousa, D.G.D. & Cunha, H.F.D. Effect of fire on flowering and fruiting of Anacardium humile (Anacardiaceae) in cerrado stricto sensu. Revista Árvore, v.42, n.6, 2018


    - Diversas espécies de fungos encontradas no Cerrado são capazes de produzir substâncias, conhecidas como enzimas, que podem ser utilizadas para retirar os poluentes do meio ambiente, inclusive para o tratamento de esgoto, despertando o interesse comercial e industrial para esses fungos?

    Saiba mais em: Naves, L.R., Leonardo-Silva, L., Cunha, E.L., Almeida, V.F.R., Sá, A.S F., Sena, B.L., Moreira, I.C. & Xavier-Santos, S. Filamentous Fungi as Promising Agents for the Biodegradation of Biosolids Compounds. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, v.8, n.2, 2019.

Leonardo-Silva, L., Moreira, I.C., Silva, TM, Silva, LB., Santos, TAA., Oliveira, LM., Souza, DF., Brito, AO. & Xavier-Santos, S. Bioprospecção de fungos de um fragmento de cerrado no brasil central para aplicações biotecnológicas. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, v.7, n.1, 2018.

    - As mudanças climáticas podem afetar o desenvolvimento de algumas espécies do Cerrado, como o Baru (Dipteryx alata), reduzindo o seu crescimento inicial (germinação) e sua distribuição geográfica?

 

    Saiba mais em: Ribeiro, R.M., Tessarolo, G., Soares, T.N., Teixeira, I.R. & Nabout, J.C. Global warming decreases the morphological traits of germination and environmental suitability of Dipteryx alata (Fabaceae) in Brazilian Cerrado. Acta Botanica Brasilica, v.33, n.3, 2019.


    - É possível avaliar o grau de poluição de rios utilizando peixes nativos como bioindicadores, a exemplo do lambari (Astyanax lacustris)? E que utilizando-se várias técnicas bioquímicas e moleculares para avaliar o dano nos peixes é possível determinar o grau de poluição e o poluente presente no rio? 

    Saiba mais em: Silva, D.S., Gonçalves, B., Rodrigues, C.C., Dias, F.C., Souza-Trigueiro, N.S., Moreira, I. S., Silva, D.M., Sabóia-Morais, S.M.T., Gomes, T. & Rocha, T. L. A multibiomarker approach in the caged neotropical fish to assess the environment health in a river of central Brazilian Cerrado. Science of The Total Environment, v.751, n.2021, 2021.


    - Um estudo que avaliou o conhecimento de estudantes, do ensino médio, em Goiás, sobre espécies da macrofauna do Cerrado brasileiro ameaçadas ou não de extinção, ressaltou a importância da educação formal para aumentar o conhecimento dos alunos sobre as espécies ameaçadas de extinção e sugeriu que a educação também deveria promover espécies menos conhecidas, considerando a biodiversidade local e regional?

 

    Saiba mais em: Gomes, M.A.A., Gonçalves, T.V., Teresa, F.B., Cunha, H.F., Lima, F.P. & Nabout, J.C. High school students’ knowledge of endangered fauna in the Brazilian Cerrado: A cross species and spatial analysis. PLoS ONE, v.14, n.4, 2019. 


    - A planta medicinal assa-peixe (Vernonanthura polyanthes), utilizada para fins terapêuticos, especialmente para doenças respiratórias, pode apresentar efeito tóxico em células sanguíneas humanas, e que por isso o seu uso deve ser visto com mais cautela? 

    Saiba mais em: Rocha, J.D., Ferreira, J.S., Silva, J.G.V., Fernandes, A.S., Véras, J.H., Almeida, L.M., Teles, A.M., Borges, L.L., Chen-Chen, L. Bailão, E.F.L.C. In vitro hematotoxicity of Vernonanthura polyanthes leaf aqueous extract and its fractions. Drug and Chemical Toxicology, 2020.


    - O descarte de efluentes domésticos e industriais em rios pode causar, além do prejuízo ambiental, danos à saúde do homem e de outros animais? Em Goiás, O rio Meia Ponte, que fornece água para dois milhões de pessoas no estado, contém poluentes que são capazes de provocar danos no DNA e o seu uso, sem qualquer tratamento, deve ser evitado.

    Saiba mais em: Bailão, E.F.L.C., Zago, L.M.S., Silva, N.C., Machado, K.B., D’Abadia, P.L., Oliveira, P.H.F., Nabout, J.C. & Almeida, L.M. Urban Occupation Increases Water Toxicity of an Important River in Central Brazil. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, v.9, n.1, 2020.


    - No Cerrado é possível encontrar uma grande diversidade de amebas gigantes (mixomicetos), conhecidas também como pseudofungos? Essas amebas podem ser encontradas em diversos substratos, como folha viva e morta, madeira viva e morta, solo, pequenos insetos, fungos entre outros, onde elas desempenham importante função no meio ambiente na ciclagem de nutrientes e no controle populacional de microrganismos.

    Saiba mais em: Moreira, I.C., Leonardo-Silva, L. & Xavier-Santos, S. The myxobiota of the Serra de Caldas Novas State Park (PESCAN), Goiás, Brazil, with new records for the Central-West region and the Cerrado biome (Brazilian Savanna). Journal of Fungal Biology, v.9, n.1, 2019. 


    - Os fungos ajudam na conservação e proteção das orquídeas contra seres patogênicos? E que o Cerrado e a Mata Atlântica são os biomas brasileiros com maior diversidade de espécies de orquídeas? a maioria dessas orquídeas tem fungos nas suas raízes, e essa associação é chamada micorriza. Através da micorriza, os fungos trazem para as plantas nutrientes do solo e as plantas retribuem os fungos com os açúcares que são necessários para seu desenvolvimento. além disso, os fungos micorrízicos promovem tolerância a estresses como o ataque de patógenos e/ou abiótica, bem como ao estresse hídrico, salinidade e por metais pesados.

    Saiba mais em: Araújo, L.G., Pereira, M.C., Silva, R.B., Sousa, I., Luzini, A.P., & carvalho, J.C.B. Fungos micorrízicos: conservação de orquídeas e biocontrole de fitopatógenos. Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v. 21, 2013.

*****

    Você também pode contribuir para a divulgar as pesquisas envolvendo o Cerrado. Envie  um breve resumo sobre a principal descoberta científica e a referência do trabalho original para o email biologandosobreocerrado@gmail.com 




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quer saber mais sobre o Cerrado? Pergunte aos Cientistas